
Outono, ou…
Ou aproveitamos a mudança da estação e fazemos nós a nossa muda. Ou fazemos como as árvores que se despem e se pintam de vestidos novos.
Chega nos suave e envolvido em tons do verão, como um infiltrado, e sem percebermos já estamos perdidos, numa palete de cores primárias que se misturam e querem criar.
É germinado algo com vontade de começo, como se o amarelo vivo e desmedido tivesse vontades. Já não é um infiltrado, e também já não é assim tão suave.
Então é o que?
Para mim é o bichinho da terra, é energia que vai aquecendo cada um á medida da sua visão, tudo o que fizemos e fazemos conta sim, não tem como não contar, é inalterável e é curável.
E está tudo bem. Está tudo bem. Tudo bem. Que nos aqueça com visões de coragem, de aceitação e perdão, e ainda assim deixar cair o que já não nos serve, mesmo que isso crie baixas temperaturas… será sempre necessário para nos vestir de novo.
Somos todos seres únicos cheios de tempestades e calmarias em constantes mudas. E por isso, existe tamanha imensidão de tons e de cores, de formas e de amor.
Ou Outono… talvez seja desta.
Grata de coração.
Clarice